sábado, 15 de janeiro de 2011

In Concert
Tereza da Praia


Ah moço, sequer sou dona do meu nariz.
Mas podes vir, dou-te o meu consolo
Meu aconchego, o meu largo colo.
Traga tua solidão e o teu medo de ser feliz.

Digo-te, moço, enquanto beijavas outras bocas
Entregavas-te a prazeres vazios , sem sentido
A solidão e a carência deixavam-me louca
Queimava-me o desejo do desconhecido.

Eu adivinhava tua existência
No intimo eu sentia tua insistência
Em algum lugar muito perto de mim
Tua existias, era assim.

Permito quedar-te cansado no meu colo.
Mesmo de mãos vazias, vem acabar meu estio.
Vem dançar a divina música da vida...
Vem conhecer o meu ritmo _ o da alegria.

Vem ser meu dono, criança.
Ser meu parceiro e companheiro...
Guardarei no meu seio teus sonhos
Guardarás em teus olhos minha esperança.

Vem! Estou te esperando para aprender a brilhar
Para permitir o sol nascer sem proibições.
Estou te esperando para te abrigar
Para que, nos meus braços, tu possas descansar.

Mil luas se passaram sem que nos víssemos
Tantas estações se foram sem que nos beijássemos.
Outonos, invernos, primaveras e verões
Sem um aconchego, sem ouvir nossos corações.

Eu preciso do teu amor para me sentir viva
Eu preciso de teus sonhos para me enfeitar
Eu preciso de teu cansaço para volta à juventude.
Eu necessito de ti para poder amar.

Vem brincar no meu colo
Qual menino travesso;
Sentir o meu cheiro de terra molhada
Fértil para germinar o amor semeado.

Vem recriar o paraíso.
Não me deixe perder-me de ti
Não se perca de mim
Éden sem amor é o hades, é o fim.

Vivamos o instante
Este presente
Nova oportunidade
Que pela vida nos é dada.

Vem sem santos,
sem mantos
secar nossos prantos
pela longa espera.


Tereza da Praia
Série: Qualquer prazer me diverte.
(Às vezes, a terceira idade começa com o primeiro amor – Tereza da Praia)

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